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Veja o que a Unidos de Bangu leva para Sapucaí neste sábado

Seis escolas encerram os desfiles da Série A, neste sábado, a partir das 22h30. Quem dá início aos trabalhos é a Vermelho e Branco da Zona Oeste, Unidos de Bangu.

Confira o que a escola vai apresentar na Avenida:

A escola leva o tubérculo para a Marquês, a Unidos de Bangu traz a história da batata, desenvolvendo o agronegócio na Avenida. 

Sinopse do Enredo:

Abrem-se os caminhos para a mais antiga da Zona Oeste, nos quais, passo ante passo, a comunidade enaltece, com a força, o suor e o sangue vermelho do Pavilhão, as histórias de vitórias e devoção!

E nesse caminhar engajado e emocionado, grita, Bangu, bem alto! Ferve a Sapucaí hoje e sempre! Entra forte na avenida com os Deuses à frente,  pois grandes raízes têm as mais fortes sementes! O tapete da vitória, assim, se estende, e com lágrimas de alegria, louros e glória a toda tua gente!

Tapete estendido para a estória então,  Vêm os deuses coroar dando, à grande raiz, a criação!  Inti, o Deus Sol que tudo abrange, a ela concedeu energia! Pacha Mama, com as mãos dedicadas à semeação, ofereceu, à raiz, a força da vida:  nutriu-lhe de nutrição, predestinou-a à satisfação.

Do alto da Cordilheira ao sul do mundo,  a qual tocava os céus, desciam as raízes que, incessantes, alimentariam nobres reis e o povaréu!  Era a predestinação:  matar a fome nos quatro cantos de forma simples, sem coroação,  mas carregado, o tubérculo, de força, sublime realização.

Sorrindo-lhe a bem-aventurança divina, atravessou o mar com espanhóis para aportar na Europa. Esparramou-se nos solos da terra de lá,  ofertando-se a raiz dos Incas ao antigo continente, requinte de bondade andina com os esfomeados, coitados! Boa fartura no lugar das revezes,  e a beleza das flores do tubérculo na lapela dos reis que a olhavam de soslaio.

Pois, sem lugar na Bíblia, primeiro causou dúvida e espanto; o medo, a fome, contudo, suplantando! Na dor das barrigas vazias, venceu, o tubérculo, o cansaço: reis ordenaram sua plantação, papas comiam-no, pela saúde, em oração,  e, enfim, a aceitação: eis a raiz de um Novo em um Velho Mundo, os pilares de toda refeição,  a base alimentar!  O mundo sonhando sem a dor da fome!  A raiz, potente, fazendo seu nome.

Sem interromper as teias do destino, surgiram novos caminhos! À época da vinda da Família Real, aportou, a raiz, nesta terra indígena postulada por Cabral.  E, aqui, os deuses do alto da Cordilheira reviram seus irmãos da Floresta: Sumé, sábio, recebeu a raiz parecida com a já conhecida por matar a fome dos seus, Jetica, mais doce do que a nova trazida,  e a fartura das duas raízes, comungadas:  roças firmes para ambas em juntas moradas.

Velho e Novo mundos (re)unidos em plantação! Pelas bandas de cá, as raízes estiveram e chegaram com a imigração.  O nobre feito de matar fome de um mundo inteiro dada às mãos do trabalhador brasileiro,  aos seus pés rachados na terra dura sem esmero, às enxadas firmes para manter a vida da raiz, para nós e por ela! A força que vem do tubérculo usado para plantar ele próprio,  batendo forte, pelo sustento, o rijo ferro na mãe-terra! Comam, pois, mundo inteiro! Brasil, vocação para celeiro!

Finaliza, portanto, Bangu, teu canto nesta festa animada, saudando aquilo que, quando nasce, comem todos, e, dela, não sobra nada; confraternizando com aquilo que, quando nasce, espalha rama pelo chão! Eis, aqui hoje, querido pavilhão, a raiz que, convenhamos, precisa ser nomeada? Pelo sim, pelo não,  está aí a homenagem:  um grande salve 

Enredo: Do ventre da terra, raízes para o mundo

Autor do enredo: Alex Oliveira, Edson Pereira, Clark Mangabeira e Victor Marques

Carnavalesco:  Alex de Oliveira e Edson Pereira

Samba de Enrendo

Compositores: Samir Trindade, André Kaballa, Marcio de Deus, Wellington Amaro, Paulinho ferreira, Henrique Costa, Fabio Fonseca, Fabio Martins, Neizinho, Julio Assis, Marlon P. e Vinícius Sombra Intérprete: Daniel Collete, Tem-Tem Júnior e Luís Oliveira. Estende o tapete da história Pro amor mais antigo, meu pavilhão  Prepare o banquete da glória  Vem da zona Oeste, essa devoção  Os Deuses vem coroar Deus Sol iluminar Do alto nascia, a força da vida Por todos os cantos se espalharia Pacha Mama é mãe  Do seu ventre um novo dia  Ouro do chão, terra molhada  Na sagrada fé, renegada Matou fome da pobreza, foi a cura do mal Nos salões da realeza, o prato principal Parmentier, brilhou em Versalhes De rainhas e reis, navegou outros mares Tesouro à moda francesa Chegou no Brasil “real” A doçura do índio, antes de Cabral  Mãos plantaram um lindo matiz As mãos que erguem meu pais Da simplicidade, do cheiro de mato Na ponta da enxada o nosso retrato Lá vem meu celeiro Semeia Bangu pro mundo inteiro  Vamos plantar a paz Chegou minha raiz, o caldeirão vermelho  Cresceu e não se desfaz Alimenta esse povo guerreiro

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