Miro Ribeiro em: A reflexão é um exercício que se faz necessário

 

O tempo passa. Os meus cabelos vão ficando grisalhos mas… algumas coisas não mudam. As modificações não acontecem muitas das vezes devido a nossa incapacidade em direcionar as nossas reivindicações na posição, no sentido certo ou com pouca força. Ocorrem também porque falamos muito e acabamos fazendo pouco e na maioria das vezes em causa própria. Aí quando esquecemos do nosso entorno perdemos força, perdemos forma, ficamos sozinhos e fracos. Um outro problema e as vezes as nossas condições técnicas e táticas para abraçar aquilo que irá trazer benefícios imediatos, a médio e longo prazos. Parece papo de maluco mas não é. Em vários locais do mudo a cultura é colocada com respeito e num patamar sustentável. Na Argentina, a população e os turistas encontram casas de Tango abertas o dia inteiro. Até na rua encontramos os milongueiros. No Brasil temos até a Cidade do Samba que em projeto primeiro fez previsão de um corredor para que turistas fizessem visitação sem entrar nos barracões. O corredor está lá. Ele existe mas sem permissão para visitação. Acesso proibido. A Cidade do Samba é do samba no entanto boa parte dos sambistas não conhecem, lá nunca foram. Se a Cidade é do Samba porque não encontramos eventos do gênero ocorrendo todos os dias, todas as semanas… pelo menos uma vez por mês. Será que os presidentes não querem fazer eventos para exaltar seus valores, contar suas tradições. Será que isso não seria facilmente vendido para as agências de turismo, para a rede hoteleira. Será que isso não atrairia patrocinadores. Claro que sim mas para que isso aconteça precisamos ter gente preparada, com foco, visão correta do que representa a cultura deixada pelos negros africanos e como torná-la rentável com o devido
respeito. Precisamos entender o que temos, o que somos, o que representamos e ai sim usarmos de forma efetiva. Precisamos sair do apenas discurso de que somos a maior festa popular do mundo a céu aberto. O coro comeu nas olimpíadas e com que medalha saíram os sambistas. Poderiam ter todos nos sambista recebido medalha, e, ouro pelo nosso trabalho que não foi planejado a ser rentável como poderia. Que tenhamos projetos, propostas que sejamos cumpridores das nossas obrigações a começar por horários, que sejamos profissionais. As escolas precisam de verba, de patrocínio de investimentos de peso, num espetáculo cada vez mais diferente e grandioso. Deixamos de usar uma mídia internacional gratuita, pra valer e projetarmos investimento futuros. Não nos preparamos pra isso ou será que não estamos preparados? Não somos apenas desfile em dias de Fevereiro ou Março e nada mais… somos muito mais. Se a Cidade do samba fosse nos Estados Unidos, seria uma nova Disney com os vários personagens que o carnaval produz todos os anos em seus desfiles …

Miro Ribeiro

www.facebook.com/VaiDarSambaOficial
www.vaidarsamba.com.br

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *